
Não muito popular, mas nem por isso pouco relevante, Quíron iniciou este mês sua trajetória pelo signo de Peixes, onde permanecerá até 2019.
Para compreendermos os possíveis efeitos desta mudança em termos coletivos, optei por um resgate de suas características e mitologias associadas.
Quíron pode ser classificado como um asteróide ou planetóide de órbita extremamente elíptica, com ciclo de duração de 51 anos situado entre Saturno e Urano. Por esta irregularidade em sua órbita, Quíron permanece por mais tempo nos signos orientais de Aquário até Touro (cerca de 30 anos) e por menos tempo (8 anos) na parcela ocidental (de Leão até Escorpião).
Pelas divergências quanto sua classificação astronômica bem como sua irregularidade de órbita, a Quíron foi atribuído o termo “dissidente” - aquele que age com inconformismo e postura questionadora frente a normas pré-estabelecidas.
Na mitologia grega Quíron é um centauro oriundo de uma relação extra-conjugal de Cronos (Saturno) com a ninfa Filira, que ao ser flagrado pela esposa Réia, transforma-se em cavalo e foge. Daí nasce Quíron, metade homem e metade cavalo a quem se deve a origem da raça dos centauros. Quíron, porém, não segue a regra de seus descendentes, caracterizados pela mitologia grega como criaturas instintivas que apreciavam o entorpecimento e a sensualidade desinibida. Não.
Quíron era um exímio filósofo que vivia isolado em uma caverna no monte Pélion. Dotado de conhecimentos relacionados aos astros, à medicina, à matemática e a natureza, era respeitado por Deuses e ocasionalmente deixava seu estado de isolamento meditativo para orientar alguns mortais a se tornarem guerreiros sagrados.
No mito Quíron é ferido por Hércules que entre seus 12 trabalhos compartilhava com outros centauros um barril de vinho no monte Pélion. A bebedeira descontrolada acabou em briga entre os centauros, e o barulho perturbou Quíron, que ao sair da caverna para ver o que se passava, foi atingido por uma flecha envenenada de Hércules. Como o ferimento era mágico, nem mesmo o curandeiro-rei poderia se curar. Com tanta dor Quíron desejou a morte, que era algo que até então jamais havia experimentado.
Ao negociar a passagem de sua condição de imortal a mortal com o Olimpo, Quíron troca sua descida ao submundo de Hades pela libertação de Prometeu, o titã rebelde que apoiara a humanidade contra os Deuses.
Deste breve resumo, pode-se observar que a mitologia enfatiza o caráter curandeiro de Quíron, e ressalta que aquilo que era sua maestria era também uma ferida incurável.
Quando o planetóide foi descoberto, em 1977, a medicina apresentava avanços tecnológicos na área de transplantes, e hoje parece que com tantos progressos acabamos por nos tornar dependentes da tecnologia.
Assim, creio que a mudança de signo de Quíron nos leva a refletir sobre mudanças estruturais nos processos de cura e compreensão da saúde direcionando-nos a um resgate da dimensão sensível e espiritual em uma abordagem holística.
Quíron entrou em Peixes em 9 de Fevereiro de 2011, onde permanecerá até Fevereiro de 2019. Associado ao regente do signo, Netuno, que também em 2011 adentrará Peixes, estamos a um só passo de uma compreensão mais ampla da dimensão espiritual na vida humana. Com isso, a humanidade está prestes a compreender e curar suas feridas e assim impulsionar o potencial para a tarefa de cura das pessoas.
Dentro do processo de evolução da humanidade, sinto que estamos em uma etapa de libertação emocional, por isso tanto descontrole, passionalidade, violência e o crescente número de pessoas sofrendo de transtornos psíquicos.
Para que possamos ter a energia planetária sutilizada, o processo de autoconhecimento em nível individual a fim de curar as feridas emocionais urge neste momento.
Lembremos que a energia de Peixes ressalta o plano extra físico, psíquico e astral. Assim, se no mantivermos apegados a estados de medo ou alimentando emoções negativas não seremos capazes de acionar a energia de cura quirótica. A loucura, o desequilíbrio e a dispersão da energia psíquica cada vez mais alterarão nossa capacidade de viver com saúde e tranquilidade, pois a crise representada pelo posicionamento de Quíron em Peixes diz respeito à própria capacidade de se unir com a força divina, retomar o contato com os ciclos naturais e expandir a consciência para operar também nos planos extra-físicos. Urge agora o exercício do amor incondicional e dos ensinamentos de Cristo, tão bem representados pela simbologia do signo de Peixes.
Como vivemos em um mundo de polaridades, ou aceitamos conscientemente esta tarefa ou caminharemos para a destruição, porque independente de querermos ou não despertar para os planos mais sutis, a energia de transformação está colocada como condição para a humanidade no atual momento.
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