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21 março 2014

Ano astrológico de 2014

A cada ciclo de revolução da Terra ao redor do Sol, a vida se renova. Esta é a simbologia relacionada com o percurso que marca nosso calendário anual e exalta o astro doador de vida, o Sol pela jornada ao longo dos 12 signos zodiacais. Ali se retratam as etapas do desenvolvimento da vida, da manifestação da natureza tão bem expressa nos marcos das quatro estações.
Embora nosso calendário não esteja estruturado em torno deste ciclo, é nele que reside a mais profunda simbologia associada ao crescer, amadurecer e morrer que rege a vida na Terra. É portanto no marco inicial deste ciclo, quando no hemisfério Norte se determinava o 0 graus de Áries, no equinócio de primavera, que a vida recomeçava, anualmente.
Para nós viventes do hemisfério sul, esta data se define no dia 20 de Março, quando ocorre o equinócio de outono. O equinócio é o momento do ano em que se sucede o cruzamento entre os planos da eclíptica, a aparente trajetória do Sol quando observada da Terra, e o Equador, unindo a dimensão humana, terrena com a dimensão celeste.
A intenção deste texto é propor uma interpretação do ano astrológico, calculado a partir do mapa traçado para o ingresso do Sol em Áries no ano de 2014, horário de Brasília/DF, e relacionado com o mapa do Brasil, a fim de suscitar algumas possibilidades de vivência coletiva desta energia no nosso país.
 Antes de começar, preciso fazer algumas ressalvas. Tenho lido muito sobre a ênfase dada ao planeta regente do ano, como se isso realmente fosse a coisa mais significativa a se apontar em uma interpretação.
Gostaria de deixar claro que o percurso interpretativo de que me utilizo difere da tradição cabalística, baseada na Estrela de 7 Pontas, que estabelece para 2014 a regência do planeta Júpiter, por entender que esta técnica não se refere a eventos astrológicos significativos do ponto de vista técnico.
Lamentável a ampla divulgação na mídia de técnicas utilizadas de forma muitas vezes parcial ou distorcida, forçando uma percepção viciada no leigo que se arma de inúmeros argumentos para discutir o que sequer compreende.
Quem conhece meu trabalho sabe a seriedade com que encaro a Astrologia e para estes creio ser este esclarecimento desnecessário. Por outro lado, não pretendo impor nenhuma leitura preditiva, apenas dialogar com os símbolos com os quais sintonizo pelas lentes de técnicas amplamente estudadas e outras aprendidas com colegas e profissionais mais experientes ao longo destes 22 anos de trajetória, desde que comecei este caminho na Astrologia.
Pois bem, vamos ao mapa.
O mapa astrológico de 2014 se apresenta com predominância do elemento água, elemento de qualidade úmida e fria, que nos fala da introspecção e da característica emocional, ou talvez passional que este ano revela, já que a qualidade predominante é cardinal, então a característica emocional adquire uma tonalidade mais diretiva, que inicia, se expressa.
O signo de água cardinal é Câncer, que este ano se apresenta no ascendente, e a Lua, seu regente, está em Escorpião na quarta casa em conjunção com Saturno.  
Como signo predominante e Ascendente do ano, Câncer trará fertilidade, criatividade, o país provavelmente discutirá, falará e se preocupará mais com seus próprios recursos, com a sustentação e a própria subsistência.
Será um ano em que o país finalmente acordará para sua riqueza e buscará valorizá-la de uma forma justa e acessível a seu povo?
A conjunção do regente Lua com Saturno em Escorpião indica que este tema enfrentará muitos desafios. A manipulação, as transações ocultas, o mal uso do poder, a corrupção. Tudo isso se interpõe à possibilidade da fertilidade lunar se manifestar.
No mapa do Brasil, o signo de Câncer está na quinta casa, e como setor relacionado ao entretenimento, justo pensar na impactação que será para o país o Brasil enquanto sede da Copa do Mundo, um evento internacional, como se pode relacionar à presença da Lua na nona casa do mapa do país.
Aliás, a discussão sobre essa impactação da copa do mundo já está ocorrendo há alguns meses. É bem possível que o gigante tenha acordado e voltado a dormir, embora a energia sugira uma tensão, um desconforto, uma implosão sobre o tema.
Por outro lado, Júpiter está em ascensão neste mapa, e traz certa expansividade e afetividade no que concerne os relacionamentos. Com o aspecto de trígono que estabelece à conjunção entre Netuno e Mercúrio em Peixes, a dimensão afeto, compreensão, intuição parece se exacerbar.
Peixes, Netuno e Mercúrio são arquétipos hermafroditas, então muito possivelmente este aspecto favoreça maior harmonia, compreensão ou mesmo conquistas jurídicas no que concerne a questão da homossexualidade. 
Outra configuração importante que envolve Júpiter é o T-quadrado formado com a oposição de Júpiter a Plutão, associado a uma dupla quadratura a Urano na nona casa, que no mapa do Brasil recai sob a segunda. Uma mudança radical de valores, e também na utilização dos recursos, na forma como temos nos comportado em relação àquilo que possuímos. O desperdício, a má utilização de nossas vastas potencialidades, a perversão institucional no país do pão e circo. Sob esta perspectiva, teremos um ano tenso. Urano, no entanto, evoca a novidade, a ação de ruptura, a mudança. Bem possível que alguma ação seja acionada a partir desta energia, embora possa ser fugaz ou pouco consistente, dada a presença de signos cardinais nesta configuração.
Será um ano bom, será um ano ruim?
De um ponto de vista mais individual, será um ano em que certamente deveremos nos observar mais em termos emocionais e afetivos, pois este é o grande desafio para compreender ou talvez aprender a lidar melhor com nosso aspecto de humanidade. A violência pode ser nada mais nada menos que a dificuldade de amar, de expressar nossos sentimentos. Vivemos em um modelo repressivo e punitivo, onde não há lugar para a espontaneidade e a liberdade. Com a Lua junto a Saturno, buscamos levar a sério e amadurecer em termos emocionais. Mas para isso um aprofundamento e uma transformação pessoal (Escorpião) se fazem necessários. E para isso não há nenhum outro caminho senão o autoconhecimento.

Feliz ano novo!

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