Ao ingressar aos zero graus do signo
de Áries o Sol marca mais um começo. Começo de um ciclo energético
arquetipicamente referenciado pelos 12 signos, marcado pelos
equinócios e solstícios e organizando, desta forma, nossa
experiência no mundo.
Sendo a vida uma experiência cíclica
dinamizada pelo entrelaçamento de ciclos em muitas dimensões (micro
e macrocósmicas), cabe-nos buscar na experiência simbólica algum
sentido para nossas vivências, e talvez o símbolo de maior maestria
para representar o potencial de vida dentro de nossas inscrições
psíquicas mais profundas seja o Sol.
Neste ano, o equinócio ocorreu em 20
de março de 2013, sendo o mapa calculado para este ingresso solar no
signo de Áries a referência para o simbolismo a ser descrito sobre
o ano, tendo como base o mapa astrológico do Brasil enquanto o palco
sob o qual revelar-se-ão as vivências.
Pois bem, o ano astrológico se inicia
com o Ascendente em Áries, e o planeta regente, Marte, se encontra
em conjunção ao Sol na décima segunda casa no mesmo signo. O
regente do ano é portanto Marte, que está domiciliado no signo que
rege, impondo à ação coletiva a iniciativa, a autenticidade, o
início abrupto, exuberante e independente como o desabrochar da
própria primavera. Marte enquanto planeta da ação indica que é
momento de agir, e o que precisava de mais dinamicidade terá energia
suficiente para ser iniciado este ano, talvez de forma abrupta,
revolucionária e questionadora, considerando sua conjunção com o
planeta Urano. Marte em termos coletivos está relacionado com as
forças militares, com a juventude masculina, com o potencial para
agir e direcionar energia.
A posição de Marte na décima
segunda casa indica que este ano pode de fato ser o coroamento de uma
eclosão de tudo aquilo que se relaciona com o que não está
integrado à sociedade e que há mais ou menos dois ciclos já vem
mostrando sinais de saturação e crise.
Desta forma, moradores de rua,
adictos, criminosos, loucos, assim como instituições de reclusão,
prisões, hospícios, casas de repouso, todos ambientes de isolamento
e exclusão eclodirão como tema este ano. A questão da
homossexualidade também é forte candidata a tema de destaque,
principalmente porque a conjunção Sol-Marte inclui o planeta Vênus
que está nos últimos graus do signo de Peixes. Os dois planetas
relacionados à sexualidade, aos princípios masculino e feminino
estão em conjunção, ou seja, uma associação destas imagens, mas
de forma pouco integrada e além de tudo confusa, porque se encontram
sem signos diferentes; um mais difuso e idealista, o outro mais
diretivo e agressivo, podendo suscitar conflitos de ordem inclusive
política e religiosa.
O fato deste stellium ou
conglomerado de planetas (Sol, Marte, Vênus e Urano) estar
dinamizado por uma oposição entre Plutão e Lua nos signos de
Capricórnio e Câncer respectivamente, torna esta uma poderosa
configuração de T-quadrado, o que indica que estas temáticas
citadas poderão ser o estopim de uma manifestação violenta,
tendendo ao descontrole e às atitudes reacionárias, porque a
configuração incita ao movimento como uma tentativa de solucionar
os conflitos.
A
conjunção de Vênus com Sol, por outro lado, propõe a necessidade
de maior sensibilização das pessoas, o que individualmente pode
evocar processos de aprofundamento nas temáticas emocionais
individuais, como um reconhecimento imperativo de que é através da
dimensão emocional que cada um poderá evocar as transformações
necessárias ao desenvolvimento pessoal. Em termos coletivos esta
energia dá destaque para a arte, a cultura, a música (Vênus está
em Peixes!), a vivência dos prazeres, a moda, podendo conceder maior
efervescência a estes temas.
Outra
configuração maior se destaca para este ano de 2013: o grande
trígono do elemento água, com a associação dos planetas Mercúrio,
Netuno e Quíron logo no início do signo de Peixes, Saturno em
Escorpião e Lua em Câncer. Esta configuração nas casas de ar
indica que esta sensibilidade afetiva precisa ser aprofundada
principalmente nos relacionamentos humanos, e a energia está
bastante favorável para isto, sendo esta talvez a faceta desvelada
do processo disruptivo e supostamente violento associado à tentativa
repetitiva e frustrada de lidar com o que (ou quem) não é aceito e
integrado em nossa sociedade. Este destaque para o elemento água
pode também indicar situações que serão enfrentadas em função
do excesso de água, como eventos metereológicos e ambientais
envolvendo este elemento, lembrando que a conjunção Netuno-Mercúrio
em Peixes é afetada pelo expansivo Júpiter através de um aspecto
de quadratura. Tivemos uma prévia disto já com as mortes causadas
pelas chuvas e deslizamentos em Petrópolis/RJ logo um dia antes do
equinócio, quando Mercúrio retomava seu movimento direto no signo
de Peixes.
Vejo
ainda se repetir o tema da educação, e principalmente da educação
básica e da formação de nossas crianças, já que o Ascendente em
Áries ativa a terceira casa do mapa do Brasil e a Lua do mapa anual
recai sob a quinta casa do tema brasileiro. Assim, os processos de
ensino-aprendizagem tão somente esgotados por metodologias arcaicas
e castradoras do processo criativo recai sob o olhar de especialistas
e traz a tona esta discussão, talvez de forma mais significativa. A
arte e as formas de desenvolver o potencial humano através das
possibilidades expressivas, já que a emoção será exaltada, são
possibilidades para expressar esta energia.
Da
mesma forma as comunicações e a movimentação (olha aí a
mobilidade urbana em voga novamente) também são destaques para o
ano. Uma superlotação de carros e automóveis nas cidades torna as
coisas cada vez mais caóticas, incitando as mobilizações populares
para buscar soluções ao que cada vez mais se percebe como o
principal problema da questão urbana. A questão do combustível e
de tudo que se abriga sob a terra, petróleo, recursos, minérios
ganha destaque considerando a recepção mútua entre Saturno e
Plutão. Energias renováveis e sustentabilidade, mais uma vez as
coisas tomam este caminho mas certamente com muitos enfrentamentos
políticos, corrupção, interesses diversos, abuso de poder, como já
temos visto há algum tempo desde que instaurada a quadratura
Urano-Plutão e cada vez mais.
Mercúrio
é também a comunicação e com Netuno as pessoas se tornam mais
intuitivas, perceptivas, o olhar é integrativo e o interesse pelo
oculto, pelos temas metafísicos ficam exacerbados. A mente está
acelerada pois a quadratura com Júpiter em Gêmeos traz essa
inquietude e este excesso de movimentação, excesso de estímulos,
chamando a consciência a desenvolver outras formas de se relacionar
com a experiência de vida. A dispersão está no ar assim como a
possibilidade de conflitos ideológicos sobre religiosidade e
ciência, já que estamos beirando uma mudança drástica de
paradigma de pensamento coletivo.
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