Poucos dias antes do Solstício ocorrerá um Eclipse Total da Lua, e para quem estiver por Florianópolis/SC, poderá observá-lo a partir do nascer deste astro no horizonte (às 17h 24min, hora local), que aparecerá já eclipsada.
O que poderá ser observado é, pois, a segunda fase do eclipse, já que a fase total ocorrerá entre às 16:20 e as 18:02 horas. (veja mais informações astronômicas sobre o fenômeno em Florianópolis/SC aqui ).
O especial desta circunstância para Floripa é que sua observação poderá ser feita junto a um dos sítios arqueoastronômicos, que são agrupamentos de rocha situados na costa leste da ilha e que possivelmente foram usados por povos antigos para marcar o calendário solar, já que seu posicionamento coincide com o nascimento do Sol nos solstícios e equinócios, o que será, caso o tempo colabore, um belo fenômeno para observação. (o que é Arqueoastronomia?).
Afastando-nos um pouco da questão fenomênica em si, um mergulho na simbologia astrológica talvez evoque nossa alma para se interiorizar e intuir o significado deste Eclipse, já que por tantos milênios os ocultamentos fascinaram e ainda fascinam os homens.
Lembrando que a Lua está associada à reatividade inconsciente, à nossa vivência cotidiana e concreta, bem como ao poder psíquico de cada um que se expressa melhor com o silêncio interno, este talvez seja um bom momento para o recolhimento meditativo, pois como o ocultamento pode trazer com mais força uma expressão energética posterior, tudo aquilo que está fragilizado, ou do contrário, sob muita pressão, poderá irromper ou se modificar abruptamente neste período.
Há ainda alguns autores que falam que é importante verificar o grau e o signo em que ocorre, pois o potencial energético deste posicionamento poderá ser novamente acionado pela passagem de outro astro por ele. Cabe, pois observar que a Lua estará na sua fase cheia aos 24 graus e 22 minutos do signo de Sagitário.
Dane Rudhyar, ao tratar sobre os símbolos sabeus para cada grau do zodíaco, refere a este grau a idéia básica de uma fruição antecipatória de poderes que no momento podemos apenas sonhar em usar (“Uma Mandala Astrológica”, p. 160).
Independente daquilo que podemos apreender com esta associação, todo eclipse trata de uma intensificação energética, ou mesmo uma crise resultante do ocultamento de um astro, inclusive a própria palavra “eclipse” tem sua origem no grego e significa desmaio, algo que suscita a idéia de perda de consciência, em um pararelo simbólico à luz solar que é projetada sob a Lua e por ela ocultada.
Historicamente, os eclipses foram encarados com temor e associados à desgraças, porém tem-se verificado que opera com o efeito de intensificação ou disparo de crise e mudança.
Cabe observar que desde o início de Junho outros fatos astrológicos importantes se sucedem, o que me leva a pensar ser este um importante momento coletivo. Entre os fatos estão: o início do movimento retrógrado de Netuno no dia 4 (até novembro de 2011), a entrada de Júpiter em Touro no dia 5 e o retorno de Saturno ao seu movimento direto, estando ele estacionário na data do Eclipse.
Assim, acredito que não é um momento benéfico para desgastes psíquicos ou energéticos excessivos, devendo ser respeitada a sensibilidade evocada para um silenciamento interno, tal como a simbologia lunar sugere.
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