Em 20 de Março de 2011 se iniciou um novo ciclo solar, tendo em vista a entrada do Sol no signo de Áries, que é o primeiro signo na escala zodiacal.
Como símbolo doador vida que é, o percurso solar pelos 12 signos zodiacais representa uma energia cíclica universal, através da qual a natureza expressa suas diferentes formas de nascer, se desenvolver e morrer, para por fim libertar-se em energia e reiniciar o ciclo novamente.
Assim, ao calcularmos a mandala astrológica para a entrada do Sol em Áries, obtemos um retrato simbólico de como ao longo dos próximos 12 meses a energia tende a se expressar.
Neste ano de 2011 o signo que ascende no horizonte é Escorpião, sugerindo que é momento das reformulações profundas, dos desprendimentos, da entrega e de um mergulho em uma realidade mais obscura ou não revelada. No ciclo da natureza, Escorpião representa o coroamento do outono, quando as folhas caem e a terra transforma aquilo que foi desprendido em adubo e energia para futuras semeaduras.
O que poderá ser transformado na consciência coletiva com a elevação deste signo?
Pensando, primeiramente, o posicionamento do regente Plutão na terceira casa em Capricórnio, sugere-se a reformulação dos processos de aprendizagem, tanto em termos de atividades concretas relacionadas com a área da educação como em termos de modificação na estrutura do pensamento e do conhecimento coletivo de uma forma mais geral.
É possível que o homem esteja neste momento a um passo de reformular o pensamento coletivo tal como é aceito no status quo vigente, talvez pela necessidade cada vez mais imperiosa de integrar o conhecimento que se tem acerca de realidades vivenciadas em planos não evidenciados pelas noções materialistas.
No que concerne ao sistema educativo, bem se pode verificar esta necessidade de transformação no Brasil com a atual discussão sobre o fracasso e o sucateamentro do sistema vigente, da violência nas escolas e do problema da absurda baixa remuneração de nossos professores.
Como Plutão se encontra no signo de Capricórnio, são as formas já estruturadas e consolidadas que serão alvo de transformação, assim como suscitarão possíveis disputas de poder relacionadas a este tema.
Guiados ainda pelo símbolo da quinta casa em Peixes, onde se encontra o co-regente do Ascendente em Escorpião, Marte, é a nossa juventude idealizada que também impulsiona a energia coletiva para a mudança no campo da educação. Que futuro queremos, como trataremos nossas crianças? Que indivíduos queremos para nosso futuro? Sensibilidade, criatividade, compreensão ampla e sintética, capaz de abarcar essa necessidade de ampliar os campos de conhecimento, eis alguns temas norteadores para o objetivo de se educar crianças e jovens.
A terceira casa é também setor de movimento e de troca, e por isso também relacionada aos transportes e à mobilidade urbana. Torna-se, assim, ano em que pode surgir a necessidade de revisão de políticas públicas sobre as obras e a estrutura urbana, e necessidade de não somente pensar, mas consolidar mudanças inteligentes que facilitem a circulação humana nas cidades, já que, infelizmente o Brasil não é o país da prevenção, a coisa pode chegar ao caos para que de fato se resolva fazer algo com o problema.
Pensando que o mapa do Brasil tem Saturno na terceira casa, a questão da mobilidade urbana e dos transportes no país nunca foi algo de fácil acesso, e agora mais do que nunca precisamos solucionar este problema.
O mapa do equinócio de Áries sobreposto ao tema natal do Brasil (considerando o ascendente natal do país para Peixes) impõe o signo ascendente Escorpião sobre a nona casa do país, o que além de reforçar a questão da mudança na educação, e aqui mais enfatizada a questão do ensino superior e das universidades, aciona também a questão da legislação, que nada mais que é a representação coletiva do conhecimento e das regras que se tem sobre o ser humano.
Por isso é possível que propostas de mudanças mais profundas na Constituição ou em outras leis complementares se evidenciem ao longo do ano.
Como Sol está em conjunção a Urano no tema anual, essas mudanças poderão ser suscitadas por uma maior organização da expressão social, como, por exemplo, o fortalecimento de grupos com finalidades até mesmo revolucionárias – ou reacionárias.
Esta conjunção entre Sol e Urano recai no mapa do Brasil sob Plutão na segunda casa, o que indica que mudanças na legislação poderão implicar na necessidade de modificar a política financeira do país, o que, sem dúvida, poderá resultar em conflitos ou disputas acirradas pelo poder.
A nona casa é também setor relacionado às questões religiosas, e sendo o Brasil um país laico, é possível que este ano novas correntes espiritualistas dêem forma à necessidade de integrar o conhecimento “metafísico” à realidade compartilhada.
Outro eixo que se evidencia na carta do novo ano astrológico é a presença dos planetas Sol, Urano, Júpiter e Mercúrio em Áries na sexta casa, os dois últimos marcados pela oposição a Lua e Saturno em Libra na décima segunda.
O eixo de casas 6 e 12 é um eixo de aperfeiçoamento: com a sexta casa a energia é lapidada e tornada útil na vivência prática, já que é uma casa de elemento Terra; já na décima segunda casa há a integração, assimilação de tudo e uma entrega do corpo físico ao universo intuitivo do elemento Água, em um processo de espiritualização e sutilização da matéria, pois na última casa há a compreensão de todo o processo de existência. A sexta casa está também relacionada com a saúde e com o trabalho, e em termos coletivos, com aquilo que socialmente organiza estas áreas na vida humana.
No ponto oposto deste eixo se encontra a décima segunda casa, e aqui representa aquilo que ficou marginalizado, pois é o setor que expressa tudo aquilo que não pode ser integrado na sociedade. Por isso representa os asilos, hospitais, prisões, bem como as pessoas marginalizadas ou incapacitadas que são isoladas. Este é também um setor que representa os bastidores do governo, a investigação secreta, a criminalidade, o que está oculto.
Em termos interpretativos esta oposição de Lua-Saturno a Mercúrio-Júpiter no eixo de casas 6 e 12 suscita uma tensão que evoca assuntos que foram deixados para trás, como as políticas relacionadas com o sistema prisional e a saúde, como a saúde mental e as políticas de tratamento de doenças em nível terciário de intervenção – que necessitem internação hospitalar, já que relacionadas à exclusão e ao isolamento.
As tensões sociais geradas pela necessidade imperiosa de mudança podem ser também drenadas para movimentos no campo artístico, já que a Lua também estabelece aspecto de trígono a Vênus e Netuno, que em conjunção recaem sob o Ascendente do país. Novas escolas e formas de pensar a arte e a música, sinestesia e inovações, eia algumas possibilidades para este campo. Pensemos a época da ditadura militar como um exemplo em que uma extrema pressão social gerou energia de muita criatividade no campo das artes.
Prever acontecimentos não seria o exato objetivo deste tipo de análise. Mais uma vez afirmo que quanto mais pudermos nos tornar conscientes das energias que se manifestam melhor podemos contribuir para os processos de mudança.
E para compreender de que forma isso pode nos afetar individualmente podemos verificar em que setor do mapa de nascimento recai principalmente o sexto grau de Escorpião, que é o signo ascendente do ano, e assim verificar como a energia deste período solar ativa nossas dinâmicas individuais.
Feliz ciclo novo!
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