Se a energia despertada pelo eclipse total da Lua em 21 de Dezembro de 2010 foi de tensão com possíveis manifestações extremas seja de caráter passional ou natural (chuvas, tempestades, etc.), o eclipse parcial do Sol que se anuncia na Lua Nova de 4 de janeiro de 2011 talvez venha nos lembrar da necessidade de regular esta energia, e apaziguá-la.
Nos antigos rituais pagãos a Lua Nova sempre foi celebrada como o ápice da parcela introspectiva do ciclo lunar, aquela em que recolhemos nossa energia para dialogar com nossa subjetividade e operar internamente as mudanças e ajustes necessários para uma manifestação harmônica posterior. É assim também símbolo da semeadura, do momento em que o velho vem dar lugar ao novo – e aqui o novo ano. A Lua Nova, ao mesmo tempo que marca o ápice da face Anciã da Lua, abre caminho aos contatos sensíveis, às dinâmicas intuitivas e nas antigas religiões, à comunicação com os mortos.
Nos últimos anos as comemorações de ano novo, segundo o calendário gregoriano, revelam uma aceleração que não corresponde à necessidade introspectiva de um final de ciclo. São tantos excessos e unilateralidade direcionada para o mundo objetivo que angustia quem percebe este esvaziamento da unidade e de si mesmo.
Em 2011 seremos presenteados logo no quarto dia do ano com uma configuração que resgata essa necessidade introspectiva, por isso fica aqui o chamado para nossos rituais íntimos, pois é importante lembrar que o que percebemos externamente é também reflexo do que vivenciamos internamente – estejamos conscientes disto ou não.
O eclipse se dará às 08:50 na hora Universal (UT) aos 14 graus do signo de Capricórnio, evocando-nos a aprender a assumir uma tarefa de maneira integral.
O símbolo Sabeu evocado para este posicionamento, segundo Rudhyar, está relacionado à idéia básica da “vontade de desenterrar, em nossa cultura, assim como em toda cultura, aquilo que é dotado de valor permanente, bem como de descartar aquilo que não se reveste de um valor essencial”.
O destaque se dá para o único aspecto que a conjunção Sol-Lua estabelece, uma quadratura a Saturno, o próprio regente do signo em que ocorre, o que parece evidenciar este questionamento de uma ordem, uma tradição, ou mesmo de um poder exercido de forma limitante ou não mais condizente com a necessidade de expressão deste momento atual da humanidade.
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