15 fevereiro 2010

A correspondência simbólica de ciclos

Talvez o que mais intriga os descrentes da Astrologia e aqueles empenhados em revelar sua "falsidade" são seus fatores simbólicos e não aqueles pautados em dados astronômicos.
Opto pessoalmente por uma abordagem da Astrologia que está mais focada no fator psíquico de sua milenar organização e sistematização, como um verdadeiro sistema simbólico dos registros da humanidade, dos seus padrões afetivos, culturais e de todos aspectos que compõem a vida humana. Se há uma herança genética certamente há esta correspondência psíquica, e tudo aquilo que atualizamos ao nascer herdamos, em parte, de nossos antepassados e de sua visão de mundo.
É neste sentido que os ciclos planetários como fatores de desenvolvimento podem ser interpretados. Sabemos que a humanidade passa arquetipicamente por etapas na vida mais ou menos definidas, e cujas especificidades se devem aos fatores culturais de cada contexto.

Talvez a regra astrológica mais importante para compreender a correpondência dos ciclos e como, psiquicamente, estabelecemos um paralelo entre os mesmos está na máxima hermética: "o que está acima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está acima".
A correspondência por trás disto está na percepção de que tudo, na vida, passa por um processo de nascer, desenvolver e morrer, ou aflorar, estabelecer e transformar. E assim se sucedem os dias, com o nascer, o vigorar e o cair do Sol, e os anos, que do ponto de partida estipulado para o percurso solar, em determinado momento terá sua volta e seu reinício. Assim se sucede todo e qualquer ciclo que for determinado, e simbolicamente todos eles se igualam em significância simbólica: pelo simbolismo de que tudo que nasce um dia morrerá em sua forma inicial.

Fica aqui a dica para uma análise aprofundada de algo que sempre me intrigou em Astrologia, que são as Progressões Secundárias, talvez a técnica de "previsão" mais utilizada dentro desta perspectiva. As progressões partem do princípio de que um dia = um ano, então a posição planetária de um dia é simbolicamente equivalente ao ano em questão. Sua interpretação pode revelar fatores subjetivos de desenvolvimento, então é interessante atentar para mudanças de signo ou aspectos dos planetas progredidos em relação a pontos importantes do tema natal, e a partir daí utilizar essa como uma ferramenta de conhecimento das diferentes etapas do desenvolvimento em cada momento da vida.

É importante ainda ressaltar que nenhuma técnica astrológica pode ser interpretada isoladamente, e qualquer afirmação neste sentido seria tendenciosa demais para ser verdadeira. Lembremos que a Astrologia é uma ferramenta, e não um determinante, e nada pode predizer o livre arbítrio ou o mistério da vida, ainda que o homem busque desde os tempos mais remotos, a superar os aspectos divinos da criação.

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